quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A arte da bajulação x A perspicácia gratuita

Gosto de tratar sobre as relações humanas, que hoje em dia, deixaram de ser humanas. As relações humanas estão mais alicerçadas no ‘puxa-saquismo’. Isso vem de muito tempo, de longa data, desde os primórdios da humanidade. Interessante observar que essa história de ‘puxar o saco’ se tornou evidente, quando algum homem teve poder sobre outro. O sonho secreto dos homens é de algum dia chegar ao poder, exercer o poder sobre um grupo de pessoas. Analisemos um pouco a figura do bajulador. Seria um malandro, um oportunista, um dependente afetivo-compulsivo ou um ‘inocente’ útil. O malandro e o oportunista fazem dessas relações um jogo. Tudo o que dizem, pensam, suas atitudes são adequações circunstanciais, dê preferência para agradar ao seu superior. Alguns têm êxito nessa relação virtual, outros não resistem às nuances traiçoeira dos interesses da relação. Quero me centrar nas figuras do dependente afetivo-compulsivo, ‘inocente’ útil. E ocorre um fenômeno muito interessante nessa época embebida pela pós-modernidade: uma relação que perdura somente pela égide da utilidade, faz com que o indivíduo massacre a sua personalidade e subjetividade. Ter as mesmas opiniões do chefe, tanto em termos profissionais quanto em termos pessoais. O indivíduo aceita tudo, é um humano buraco negro que vai recebendo tudo o que vem pela frente. Dizem que esse século XXI é caracterizado pela depressão, pela solidão. Vejo uma aglomeração humana desumanizada e desumanizadora. Massa amorfa, sem vida. Como até as relações humanas se objetificaram, parece que para o indivíduo pós-moderno, um moderno mais modernizado, não é mais possível se encontrar não tendo interesses que o interessem. Por falar nisso, me deu saudade de sentar com amigos em um bar e não ver o tempo passar. Apreciar suas presenças mais do que qualquer coisa que poderiam me oferecer, deu saudade...

sábado, 2 de janeiro de 2010

Auspícios para um novo ano que chega

No alvorecer de 2010 quero fazer coisas que sempre faço, mas de forma diferentes; ver os amigos, assistir bons filmes, estudar Filosofia, divulgar o CD, conhecer novas pessoas. Quero chorar na presença de um amigo sem ter que dar explicações do por que faço isso, quero reencontrar os velhos amigos e redescobrir os laços que nos uniram em uma amizade, ver mais vezes o pôr-do-sol e perceber que o meu coração muitas vezes esteve na linha do horizonte do que em meu próprio peito. Descobrir que há sempre maneiras de viver quando a vida aparentemente não dê motivos para isso. Descobrir que a religião de nada serve se ela não conduz a Deus e aproxima as pessoas para o verdadeiro desafio humano; o da convivência. Ver capítulos antigos acontecerem de forma nova, e buscar novas formas de estar no mundo para ser presença qualitativa para alguém que precisa da minha palavra e da minha presença. Cultivar amizades, fazer as podas se for preciso. Ir mais adiante do que costumei a ir. Fazer viagens para lugares que nunca tive oportunidade de fazer, fazer viagens interiores que nunca tive coragem de fazer dentro de mim mesmo. Essas viagens dentro do ser não há destino certo e nunca se sabe o que poderemos encontrar pelo caminho, e geralmente são mais difíceis e dolorosas do que qualquer viagem longínqua que podemos fazer geograficamente nesse mundo. Buscar ser autêntico sempre mais.