domingo, 26 de dezembro de 2010

Roberto Carlos, o rei das canções de amor

Não é a toa que ele é o rei da música brasileira. Artistas estrangeiros também reconhecem sua importância. Apresento algumas razões. Soube se misturar a outros gêneros que não eram o seu, sem perder sua identidade musical. Soube manter as canções de acordo com a sua tessitura vocal, sem ser grave ou agudo demais. Soube fazer música comercial, com qualidade poética impressionante. Soube ser humilde e valorizar tendências e ritmos relevantes para a constituição da música popular brasileira. Soube escrever sobre o amor humano e o amor divino como ninguém. Soube ser humilde. Existem ainda outros motivos. Suas músicas acaletaram, acalenta e acalentará os corações exultantes de amor. É fenômeno, e fenômeno a gente não explica, admira, aprende junto e bate palmas. Vida longa ao rei da música brasileira! Roberto Carlos é do Brasil! Essa é minha simples homenagem ao mestre das canções que embalam os corações apaixonados.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Natal, festa da humanidade

O mundo está privado de luz. Por escolha própria. Por própria deliberação, vontade e consciência. A luz que veio da luz não foi recebida. Foi rejeitada pelos homens. Cada qual quis andar em outras ‘luzes’ que lhes eram convenientes. Escolheram por caminharem por conta própria, ao bel-prazer. Muitos esperavam uma luz que rasgasse os céus de forma magistral e triunfante. Decepcionaram-se. A luz esvaziou-se da sua potência, se tornou uma criança frágil e indefesa. O Deus Todo Poderoso se tornou carne que fenece, pois o homem se tornou Deus. Mais ainda: o homem tomou como Deus as próprias coisas que concebeu. E quando o homem troca as ordens da natureza, em nome do seu egoísmo, torna-se perverso, desumano, autoritário. Deus, para inverter essa situação, mandou Jesus, Deus de Deus, Luz da Luz. Deus tem feições humanas em Jesus, para que no próprio Jesus, o homem tenha feições divinas. Um homem que consegue dividir a história antes Dele e depois dele, não pode ser comum. Ainda que o Natal seja a festa da luz, do Sol maior que veio nos visitar, é tempo é profunda mudança de vida, de mentalidade e de coração. Que a troca de presentes dê lugar à troca de um coração velho para um novo coração. É no Natal que fica mais nítido que a fé não é pura e simplesmente fé em Deus, mas uma aposta ousada na humanidade. Para quem acredita em Deus, a fé Nele, de certa maneira, não é tão difícil assim. O desafio é crer que Ele acredita em nós, continua apostando e colocando todas as fichas em nós, para que busquemos o que precisamos ser nesta vida, e que façamos o que precisa ser feito. E isto não é tão evidente quanto parece. Natal é o desvelamento da verdadeira humanidade, que está no porvir, e que sobrevive da busca de quem procura com abertura de intelecto e retidão de coração. É a este mistério que somos chamados a nos render, para que alcancemos a verdadeira plenitude humana na história.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Para o ano novo, uma pessoa nova

Ano que se vai. Ano que se vem. Tantas coisas que nos absorveram. Tantas coisas perdidas. Por um lado, encanto perdido, pelo outro, surpresa inesperada. Quantas lágrimas com motivos e sem motivos derramadas. Briguei, reconciliei, guerreei, construi pontes de amizade e esperança. Fui humano como sempre e na busca do eterno como nunca. Sinto que morro aos poucos quando passo pelo tempo. Mas faço parar o tempo, quando estou com meus amigos, quando componho uma canção, quando escrevo alguns versos para aliviar minha existência. Estou no tempo e pela contemplação saio dele para contemplá-lo e vejo que o que não muda é o seu eterno gesto de mudar. Dias nascem, dias morrem, tardes se desvelam e se escondem com grande sedução. Queria ter a sabedoria do tempo de saber mudar de saber morrer para depois viver. Mas me prendo a um medo comum que todos os mortais possuem: o de passar pela experiência da morte. Morte é esvaziar as gavetas com coisas e papeladas inúteis e sem sentido que por muito tempo você carregou em sua mochila de viagem. Morte é ter o conhecimento que o inimigo número 1 de você é você mesmo. Vida é deslumbrar o horizonte de superar-se para além da superação, para além daquilo que te dizem ou até mesmo sobre o que pensas de ti mesmo. O tempo desliza sobre minhas mãos. Já não posso interferir no que passou. O amanhã ainda é um mistério. Tenho somente o hoje. Hoje pode ser o dia que a eternidade resolveu habitar ao seu lado. É só viver e não somente ensaiar de viver ou apenas existir. Ano novo só é novo se tenho a capacidade de ser novo tanto quanto ele é. Acompanho o tempo, mas não deixo de pensar um só instante na eternidade. Sou peregrino do tempo, a história é a minha tenda que me abrigo quando penso além do tempo.