quarta-feira, 27 de outubro de 2010

É verdade que Política e Religião não se discutem ?

Dizem que política e religião não se discutem, pois cada qual tem sua verdade e o seu ponto de vista. É por cada qual ter seu ponto de vista e achar a sua verdade mais verídica do que a do outro que sinto dizer que ainda somos medíocres, presos à uma mordaça que parece ser verdadeira e libertadora, mas é falaciosa. Para começar: quando digo que política e religião não se discute, isso já é uma forma de discussão. Veja o leitor que é um argumento-bomba, que afirma negando, que nega afirmando. Não precisa muito para se auto esfacelar. Mas estranho como essa falácia está entranhada em nossa cultura. Aprofundemos a perspectiva da perspectiva. Muito tem a ver com Nietzsche: "Contra o positivismo, que permanece junto ao fenômeno afirmando "só há fatos", eu diria: não, justamente fatos não há, há apenas interpretações. Nós não podemos fixar nenhum fato "em si": talvez seja mesmo um disparate querer algo assim. "Tudo é subjetivo", vós afirmais: mas já isto é interpretação. O sujeito não é nada dado, mas algo anexado, colocado por detrás da interpretação? Já isto é poetização, hipótese. Conquanto a palavra ele é passível de receber outras explicitações, ele não possui nenhum sentido por detrás de si, mas infindos sentidos, "Perspectivismo" ". (KSA 12, 7 [60]).A percepção do mundo como um todo é rasa e superficial. O que conta é a perspectiva única e individual de cada homem. Neste registro, não há verdades absolutas, mas infinitas interpretações sobre infinitos universos. Cada perspectiva pode ser mais ou menos abrangente, mas em geral, são imperfeitas, não-absolutas e complementares. O mote esse trecho é a crítica de que não existiria um fato absoluto que condicionasse uma posição única e absoluta ante a realidade e o mundo. Não somente isso: Nietzsche critica a concepção de que haveria um sujeito por trás da perspectiva ou da interpretação. Ainda que Nietzsche critique o sujeito e o subjetivismo, não há como negar que, na pós-modernidade, o subjetivismo exacerbado está maquiado pelas perspectivas, pelos pontos de vistas. Retire o sujeito e verá o que restará das perspectivas. Por isso é mais cômodo dizer que problemáticas tão relevantes quanto religião e política não se discutem, pois pelo ponto de vista, afirma-se o sujeito do ponto de vista. E quando há eu demais, não há espaço para a gente nem sequer sentar e conversar. Que o leitor reflita e tire suas próprias conclusões! Quando há subjetivismo demais, há profundidade de menos!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Vida longa ao rei Pelé

Edson Arantes do Nascimento, simplesmente Pelé! Um menino humilde, só mesmo um mineiro para ter três corações. Nesse coração brasileiro, habita a alma do maior esportista de todos os tempos. Seu talento e divino dom de jogar bola, ainda será tema de muitos livros, revistas, reportagens. Toda a homenagem ainda será pouca para aquele que trazia ao povo brasileiro tanta alegria, com sua molecagem atrevida com a bola. Pelé é rei, pois fez de todas as gerações, adoradores de suas jogadas geniais, até mesmo dos gols que perdia. Pelé é rei, porque além de ter sido o esportista número 1 da história da humanidade, manteve os pés no chão, não perdeu a humildade. Quantos no auto da fama, se perdem, acham que são alguma coisa. Pelé é exemplo de competência e humildade, prova que essas duas habilidades podem dialogar e andar juntas. Pelé é rei, pois não ignora nenhuma pessoa que encontra.Todo o corintiano que se preze, deveria beijar os pés daquele que foi o maior carrasco do Corinthians de todos os tempos. É um privilégio para poucos ter tido o Pelé como adversário e carrasco! Todo o brasileiro autêntico deveria se curvar ao jogador Pelé, bem como a pessoa do Edson Arantes do Nascimento. Todo o mundo deveria elevar as mãos para o céu para agradecer ao Grande Poeta por nos ter ofertado tal insigne poeta da bola. Vida longa ao rei Pelé! Parabéns pelos seus 70 anos, continue sendo referência em um mundo carente de referências. Pelé maximizou em si o dom de ser brasileiro.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Amor gasoso

Baumann, notório sociólogo polonês, que trabalhou muito o tema do Holocausto, escreveu muito sobre a fragilidade das relações humanas. Escreveu um livro "Amor líquido", que por sinal ostenta um título muito sugestivo para o tempo atual. Quando o sociólogo fala sobre o amor líquido, está querendo dizer que as relações estão mais frágeis do que eram antes. Antigamente, o amor era sólido, tinha fundamento e alicerce. O fundamento era a valorização do outro enquanto pessoa, a responsabilidade e zelo pela felicidade e bem-estar do outro. A passagem do amor sólido para o amor líquido caracteriza-se pela falta de comprometimento pelo outro, a utilização do outro em benefício próprio. Para ser justo com o sinal dos tempos e com o diagnóstico proferido por Baumann, permito-me dizer que já passamos do amor líquido para o amor gasoso. É apenas o processo de intensificação e massificação do amor líquido, que era sólido. Seria preciso fazer uma analogia com os estados sólido, líquido e gasoso para compreendermos a profundidade e a magnitude de tal problemática. Entender o amor gasoso somente é possível através da compreensão do amor líquido, bem como a passagem do amor sólido ao líquido, tal qual o derretimento de uma geleira inteira, que se transforma em um imenso oceano sob o sol escaldante do deserto. Só que o mesmo sol escaldante que derrete a geleira em água, transforma a água em vapor. O gelo dificilmente se mistura com qualquer outra coisa, ou seja, nada pode penetrá-lo enquanto está no estado em que está. A água já se mistura com a maior parte das coisas, mas não com todas, como por exemplo o óleo. Quando se transforma em vapor, pode se misturar com todos os gases possíveis e imagináveis que possam existir. Percebemos que entre os estados o grau de volatividade tende a aumentar, ou seja, a consistência da matéria é decomposta até a sua forma primeira e indivísivel. Acontece que o amor, a amizade, a relação são elementos que vão sendo constrúidos, de acordo com a caminhada humana na história. Antes, um bom casamento era precedido de uma boa amizade e um excelente namoro. Hoje um péssimo casamento acontece com uma tortuosa amizade e um vicioso namoro. Quando em uma relação, seja ela de amizade, de namoro, etc, não se mantém a chama da cortesia, da generosidade, da alteridade, a tendência é extrair o máximo de vantagem enquanto puder, e quando não tiver mais o que precisar, o descarte vem a tona. É aqui que o humano se encarna como irracional, tal qual um animal precindido da razão. (Apesar que há animais mais racionais e mais humanos do que muitos humanos que eu conheço!). Tudo o que era frágil, tornou-se hiper frágil, tudo o que era utilitarista, foi a vertentes jamais vistas anteriormente. Como toda a revolução que se preze, este processo aconteceu na surdina, no sono pesado da humanidade pós-moderna, que ainda não se deu conta, e se vê sufocadas pelos hipers, pelos megas, pelos supers. A questão é que antes bebíamos o ser egoísta e o ser utilitário, agora respiramos o egoísmo e o utilitarismo. Respiramos esse ar que também entra pelos poros da pele. Espero que dos hiper textos , hiper links e etc, possa vir a emergir os hipers humanos e que sejam mais leves e mais envolventes do que o amor que se transforma em vapor em poucos milésimos de segundo.

Mártir subjetivo

Mártir de mim eu sou
Sou luz e encontro trevas onde vou
Vou por passo, mas sem compasso
Compasso, busco o do coração
Coração vagueia entre som e silêncio
Silêncio de uma alma que grita muda
Muda cenários, atores, mantém-se o roteiro
Roteiro de não ter roteiros, remédio sem bula
Bula que burla a ferida e perpetua a marca
Marca a ferro e fogo o tecido da alma
Alma que perde a calma, perde o encanto
O encanto da busca e de toda a procura
Procura, procura-te que você se acha...
O que acha?
Existe salvação para quem
É mártir de si ?

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Um abraço

Um abraço pode dizer que a mensagem não cabe nos versos
Pode fazer o triste por um instante sorrir, pode fazer o distante ficar perto!
Um abraço pode significar que não sou quem sou sem ter você aqui,
Que você me afirma mesmo nas sinuosidades que existem em mim.
Uma das lições que guardo na memória, que você ensinou
Que posso defender o acerto sem condenar a quem errou!
Um abraço pode me ensinar que mesmo em nossas diferenças
Podemos nos assentar sem grande medo, à mesma mesa!
Um abraço me transmite o afeto que eu pedi por muito tempo
Mas que nem me lembro da espera, neste ato sem segredos!
Neste abraço eu me perco, me repenso e me encontro
Porque vês o belo e o amor em torno do que me é torto!
Neste abraço, eu aguço meu afeto, a minh'alma à solfejar
Pode tranquilamente despedir-se desse solo e voar...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Sombras nos tempos novos do cenário político

Assistindo ao primeiro debate do segundo turno, em 10-10-10, pude perceber que teremos quatro anos tenebrosos, se qualquer um dos candidatos alcançar a vitória. A verdade e que a maior parte da nação não se atentou que ambos os partidos, PSDB e PT, já ficaram no poder durante oito anos. Não há renovação de propostas para novos tempos que estamos vivendo. Exemplo de propostas que não poderiam ter ficado de fora na plataforma de governo dos partidos: Infraestrutura para o capital humano, Ampliação do ensino superior e da produção de ciência, Economia sustentável, Reduzir o nível de endividamento do setor público, Gestão estratégica dos recursos naturais não renováveis. Uma mesmice que faz beirar à perplexidade. Somente há ataques estratégicos e orquestrados de ambos os lados, explorando as vulnerabilidades. Para além de saber que isso “faz parte” do debate político, o que ganhamos com isso? Uma tremenda dor de cabeça. O que perdemos? A paciência e até mesmo um pouco da esperança, de que tudo poderia ser diferente. Parando para me questionar sobre a mediocridade dos candidatos, questionei a minha cidadania, questionei a nossa atitude de achar que a nossa participação se encerra nas urnas. A questão política não se resume apenas em um assunto isolado, como se ele fosse a salvação de todos os outros. Há cidadãos que defendam com unhas e dentes a não descriminalização do aborto, mas esquece que a vida deve ser defendida em todas as frentes e vertentes, desde a concepção, e toda a integralidade do desenvolvimento humano. Não adianta defender a vida, se não me atento aos desdobramentos da mesma, que exigem o seu cuidado: educação, transporte, saúde, etc... A questão política é muito complexa e abrangente do que nós pensamos. Abarca todas as dimensões humanas. Está na hora de pensar além-limites das estruturas partidárias vigentes. Há muita visão provinciana e romântica com relação ao PSDB e ao PT, tanto para o que deixaram de bom, quanto para aquilo que não foi tão proveitoso para a população brasileira. Os próprios políticos não possuem uma visão desenvolvimentista do legado que encontra: precisa desfazer e destruir tudo o que foi construído na gestão anterior, com justificação sofística de que não é útil para a população brasileira. Sua afirmação e segurança parece residir no apagar rastros da administração anterior. Urge uma formação política, tanto para candidatos, quanto para eleitores, que privilegie o desenvolvimento humano, em sua totalidade, a todo homem e ao homem todo. Não vou te apontar nenhum candidato, mas espero que a sua consciência e reflexão crítica, bem como sua memória, estejam bem apuradas para fazer uma boa escolha. Que não tenhamos visões infantis de que partido A ou B será o salvador da pátria, ou que candidato X ou Y erradique todos os problemas.

A minha infância

Minha infância, velha infância, os Tribalistas, já havia me avisado. Nem sempre é preciso levar a vida a sério, mas brincar é uma coisa séria. Quanto mais perto do lúdico, do inocente, daquilo que se faz sem cálculos, mas perto está do ser criança. Mas, saudade eu tenho do colo do meu pai, do colo da minha mãe. Das vezes que voltava machucado para casa e o olhar do meu pai me recebia curando-me. Das vezes que ia à escola e contava as horas de ver a minha mãe. Tramas da vida, dom de Deus e revelação da eternidade para uma criança aprisionada em minha forma adulta. Voltar aos bons tempos de não ver a hora passar com os amiguinhos, dar aquele beijo sem culpa na menina mais bonita do bairro. Empinar pipa vendo o teatro do céu mostrar que a tarde já se mistura com a noite. Dançar sem medo de se achar ridículo ou que me achem ridículo. Voar sem pressa de regressar ao meu solo, estar absorvido pela aventura da viagem que me retira do alvo da temporalidade. Queria estar submerso no universo humano, tanto quanto estive inundado ao brincar com aquele carrinho. Ah, saudade dos meus amiguinhos. A lágrima que agora caí vale toda a intensidade daquele momento que se passou e nunca mais regressará... O tempo que vivi está eternizado no coração, e esse mesmo tempo já não toca minhas íntimas lembranças. A criança sonha o tempo todo para ser adulto, para quando chegar, sonhar para voltar à mística de ser criança de novo. Entre a alma de adulto e o ser criança, há um longo caminho a se percorrer.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Aos [des] compositores

Compor é um parto, dor sem nome, sem lugar, que não sangra, arde. Compor é um prato de comida bem quente, daqueles teus favoritos, quanto à aqueles a quem não tem o que comer. O primeiro ato de composição é uma decomposição; tirar do abstrato e colocar em palavras a divina inspiração. O segundo ato de composição também é uma decomposição, no momento em que as palavras se desprendem do autor para ser realidade. O terceiro ato de composição, novamente é uma decomposição, a intenção de quem disse não vale tanto quanto a recepção de quem significa. O processo de composição é idêntico ao do viver: entre o silêncio e a palavra, a inspiração, entre a palavra e a ação, a razão. Sou partitura viva, uma parte de mim é som, outra parte de mim é silêncio, uma parte de mim é presença, outra parte de mim é ausência. Deus é o nosso primeiro compositor! Cria e continua criando, por isso continuaremos a criar, pois Ele nos criou e continua nos criando.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Cortesia em perigo

Cortesia, uma palavra que já cai em desuso. Na literatura medieval, a cortesia tem grande relevância. Surgiu no contexto da côrte, aristocracia e cavaleiros. O alvo da cortesia é sempre a mulher. O cavaleiro deveria honrá-la, defendê-la, e se preciso, dar sua própria vida pela mulher. O homem seria incapaz de se desenvolver sozinho, sem estímulo e o exemplo feminino, por isso deveria ligar-se a uma mullher que o incentivasse as grandes virtudes. Contudo, podemos estender esse jeito de ser a todo e qualquer ser humano, independente de partido político, religião, ideologia. Ninguém é tão suficiente, que não possa receber um afeto. Ninguém é tão carente, que não possa agir com cortesia. A cortesia não acontece por si mesma; o seu combustível é o amor. Quem tem cortesia, tem amor, e o amor prepara a pessoa para a cortesia. Cortesia é primeiramente pensar no outro antes mesmo de pensar em si mesmo, agradar as pessoas pela simples razão de serem pessoas humanas. Está muito longe do registro utilitário, onde todas as pessoas querem sair ganhando, pisando em alguém. A diferença na cortesia, é que as duas pessoas ganham, aquela que dispensa e aquela que recebe o afeto. Martin Buber, dizia que na relação Eu e Tu surge uma terceira: o Eu-Tu, que nada mais é do que o Nós. Toda relação tem os seus dois lados, é dialógica. O homem atual é extremo; ou vive em um profundo solipsismo, ou em um profundo coletivismo. Ambas as perspectivas anulam aquilo que ele possui de mais específico e peculiar: a identidade subjetiva. A cortesia é um verdadeiro corte no utilitarismo das relações; preserva as pessoas, mas ceifa profundamente o egoísmo e inaugura a primeira pessoa do plural: o nós. Com o nós, fica mais fácil de desatar os nós!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Credo quia absurdum!

Creio porque é absurdo! Esse era o mote dos pensadores no medievo, na Idade Média. A frase Credo quia absurdum é atribuída à Tertuliano, mas há sérias controvérsias. Há fontes que garantem que a frase não é de autoria de Tertuliano, mas de um de seus seguidores, mas até essa tese é questionável. O importante é ter em mente que nesse período entre séc. II e III, não havia nenhuma compatibilidade entre a fé, a razão e a cultura vigente. Ou o discurso se dirigia pela via da fé, do absurdo, ou o discurso se dirigia pela via da razão, sem maiores possibilidades de conciliação entre ambas. Em Fragmentos Filosóficos, Kiekegaard afirma que:" O escândalo está, pois, fora do paradoxo e por que causa? Quia absurdum. No entanto, a descoberta não é por causa da inteligência, já que, ao contrário, devemo-la ao paradoxo, que, apesar disso, recebe testemunho do escândalo. A inteligência diz que o paradoxo é o absurdo, porém ele não é senão um paradoxo, porque o paradoxo é sempre um paradoxo, um quia absurdum. O escândalo se encontra fora do paradoxo e conserva para si o verossímil, enquanto o paradoxo é o cume do inverossímil." Tirando o absurdo e o paradoxo, pouca coisa resta da fé e também da religião cristã. Tirando o absurdo e o paradoxo, iguala-se Deus e o homem, a mensagem se torna trivial e sem sal. Um exemplo? Abraão. Deus o convocou a sacrificar seu filho Isaac. No momento de desferir o golpe mortal, o anjo o impediu. O sacrifício já não era mais necessário e sim a prova de amor, o mergulho no tsunami da fé. Quem é capaz do martírio, do despojamento daquilo que considera de mais precioso nesse mundo, esse prova e justifica a fé e o amor ao Sagrado. Maria, que concebeu Cristo Deus em seu ventre. Diante da ousada proposta do arcanjo, sua fé inteligente questionou como se daria isso sem a intervenção humana? O arcanjo responde tranquilamente que a intervenção humana é o seu próprio sim, para que Deus realizasse, talvez, o maior de todos os absurdos possíveis: a encarnação de Deus no tempo. Em decorrência disso, surge outro gigantesco absurdo: O Deus humano se entregar aos homens por seus próprios pecados. Eleva os olhos ao Pai e grita que se possível que afaste o cálice de amargura e de fel que haveria de beber. Não foi impunemente: derramou seu sangue na cruz. O outro absurdo, um dos maiores, é que ressuscitou e vive entre nós, e que sua ressureição dura há mais de 2000 anos, bem mais do que todo o sofrimento que Ele passou. A vida seria sem graça sem os absurdos e paradoxos. Credo quia absurdum, amém!