domingo, 16 de fevereiro de 2020

Um ano no atemporal







O brilho do teu olhar dissolveu-se entre as estrelas.
O calor do teu abraço encontra-se no sol nascente que rompe a madrugada.
O teu carinho transmudou-se na brisa de chuva ao entardecer.
Honrado por ter feito parte do teu processo humano de viver.
Alegrias e tristezas. Lutas e vitórias.
Tudo fez, faz e fará parte do tecido da vida.
Teu coração aberto nunca foi utopia, sempre um sólido caminho rumo a humanização.
Me faz pensar e aprender que a humanidade tem jeito, pois tiveste jeito com os humanos de seu tempo.
Não há como não pensar em você. A cada segundo, a cada minuto.
Ensinou a viver contigo, só não ensinou a te esquecer.
O tempo que me restar nessa terra sei que estarás comigo, na mente e no coração.
Quisera ter te dado o último beijo e abraço.
Mas cada beijo, abraço e carinho foram únicos, primeiros e derradeiros, tais quais em todos os momentos em que estivemos juntos.
Se o teu olhar e sorriso eram a porta de entrada de sua presença na vida das pessoas,
hoje, minha solidão não é solitária, é imersa e povoada das mais vivas lembranças,
na gratidão pela existência de um ser desse quilate.
Laço que se quebra não impede um amor que continua!
Nossas vidas prosseguem, tais quais dois rios que correm em paralelo e desaguarão, ao final, no coração de Deus.
Voa, ternura rara, voa que o teu lugar é o infinito!
O inesquecível ocorre no tempo e repousa no atemporal!
Cássia, 1 ano de atemporalidade, com nossas saudades.