Percebo que a 'necessidade' da música ser comercial, tornou banal a questão poética, da estética da mensagem. Penso que a questão da transformação é uma via de mão dupla. Produtores, cantores, compositores precisam mudar, e o povão também. A questão da internet como faz emergir uma nova esperança e, de certa forma, também perpetua o processo perverso do que eu chamaria da ditadura da feiúra, que abrange melodia e letra. A transformação é morosa, lenta. Mas se compreendermos bem o cenário, o contexto e todas as suas conseqüências culturais, já é um grande avanço para mudar. E ver que há pessoas que se preocupam e que se interessam pela questão me deixa esperançoso quanto ao futuro. Ainda tem pessoas que se debruçam sobre a questão, de maneira critica e não se tornam presas fáceis do momento. E me questiono porque as grandes composições de forte mensagem estética, poética são as que conseguem ser perenes, ou seja, desafiam a lógica do espaço-tempo. Indo para um campo mais filosófico, a estética está comprometida com a capacidade de produzir significações no coração humano. A própria obra de arte em questão, a música, é a ponta do iceberg, por assim dizer. É tempo de aprender a fazer a arte pela arte.
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