Em
um mundo globalizado, as mudanças de paradigmas têm sido cada vez mais
constantes e rápidas. O que hoje pode ser considerado como supra-sumo moderno,
amanhã se tornará obsoleto, arcaico. Aliado a essas realidades, o meio em que
vivemos exige ainda mais produtividade e qualidade. E não tem conversa. É
implacável. Ou o indivíduo se adapta a essa cultura ou acabará por ser
descartado. Não está no mérito dessa abordagem discutir se é boa ou má essa
cultura, mas um aprofundamento de suas causas e efeitos. Os termos que
pressupõe a produtividade são precisão, pragmatismo. Procurar fazer certo da
primeira vez, realizar um diagnóstico exato do problema bem como ter o caminho
mais curto e assertivo para a resolução do problema. Buscar a racionalização
das variáveis desse processo, o tempo e os meios de produção, para produzir
sempre mais e com qualidade. Exemplificando: se a ti fosse dada a oportunidade
de ganhar um milhão de reais atirando certeiramente em um alvo ? Com certeza se
empenharia em cumprir tal tarefa, com precisão, mira, pontaria, eficácia. Assim
poderia ser na vida. Temos todas as condições de fazer melhor, mas nem sempre
optamos por isso. As razões são as mais variadas possíveis: preguiça, o famoso
jeitinho brasileiro de burlar esforços necessários, sabotagens. É por isso que
em alguns lugares há o fomento da meritocracia, ou seja, a premiação mediante
às entregas previamente combinadas. O ser humano parece atuar mais quando há a
certeza de uma polpuda recompensa em tarefas que necessitem maior precisão. Parece
que essa idéia da meritocracia ganhou força para combater a crença da tentativa
e erro. Está claro que nem sempre é possível acertar de primeira. Mais claro
ainda que é possível fazer mais e melhor, alcançando melhores resultados. Podemos
dimensionar o jeitinho brasileiro ao nosso favor, não no sentido de se esquivar
do que é preciso fazer, mas de buscar a perspicácia de caminhos que nos conduzam ao resultado
esperado no menor esforço. Sempre há um jeito de fazer melhor aquilo que está
feito. Sempre há um modo de buscar a excelência de um serviço minimizando tempo
e os meios de produção em questão. Como se não bastasse tudo isso, faz a
diferença quem gosta do que faz. Quem encontra prazer em seu ofício. Quem encontra
em sua tarefa o elemento lúdico que tira o peso do trabalho. Não se tornará
calculista, se seu horário de trabalho terminar. Não medirá intensidade para
resolver o problema que foi confiado pelos seus superiores. Quem encontra o
equilíbrio entre prazer e responsabilidade, é feliz. Aristóteles já dizia: “O
prazer no trabalho aperfeiçoa a obra!” O poeta estava tão certo disso ao
afirmar: “No mínimo que fazes, põe tudo o que és!”