domingo, 22 de fevereiro de 2015

Uma visão filosófica sobre o filme "Cinquenta tons de cinza"

O filme cinquenta tons de cinza, muito comentado no momento, dentre muitas questões faz vir a tona o instigante universo das relações humanas, particularmente o quanto dessas relações se tornaram doentias e possessivas. Christian Grey, um empresário bem sucedido, conhece Anastácia Steele. Ele, de gênio dominador, possessivo, sempre exigiu de seus relacionamentos amorosos servidão incondicional. Ela, a maior parte do tempo posa de inocente, todavia, em determinados momentos, sua postura, perguntas e questionamentos fazem Grey muitas vezes calar e refletir. Na trama complexa desse relacionamento, há muitas cenas picantes, que podem chamar atenção em um primeiro momento, mas salta aos olhos como as relações humanas, de uma forma geral, tem sido uma “via de mão única”, uma maneira oportunista de como as pessoas entram na vida das outras visando simplesmente seu prazer. Fazem questão de esquecer que toda relação humana é dialógica, feita de direitos e deveres, fazer feliz e ser feliz. Em outros termos, o enredo do filme Cinqüenta Tons de Cinza enleva o caráter narcísico, hedonista, egoísta das relações humanas que em nosso tempo tem sido levado às últimas conseqüências. O outro não é visto como um fim em si mesmo, mas como um objeto descartável de prazer que uma vez utilizado e abusado, joga-se no lixo. O outro é visto como uma propriedade particular, que se entra e se sai quando quiser, como quiser e da forma que quiser. Que haja uma reflexão, conscientização, mudança de postura e mentalidade em nossas relações humanas, para o nosso próprio bem e saúde! 

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