sábado, 9 de janeiro de 2021

Sobre ser família. Sobre ser amigo.


 

Você, talvez, saiba muito ou tudo sobre família. Você, talvez, saiba muito ou tudo sobre amizade. Será que esse muito é suficiente para conviver de maneira plena e sadia com os seus? Será que esse tudo é o bastante para uma agradável presença e companhia? São perguntas fundamentais a serem feitas por alguém que se preocupa com família e amizade. Muitas vezes, o problema passa pelo muito saber ou conhecimento, principalmente dos pontos mais vulneráveis das pessoas que convivemos ou que estabelecemos uma relação amistosa. Sabemos tanto que enquadramos as pessoas nas nossas definições e preconceitos forjados e nem sempre damos oportunidade para que elas desvelem sua essência para nós. Conhecemos muito que arrolamos uma série de postulados e batemos nessa tecla sem pestanejar, nos pensamentos e atitudes. Em ambas vertentes, o que salta aos olhos é uma postura automática, desprovida de misericórdia e razão, com um verniz racional e realista. É preciso coragem para olhar para os nossos e detectar que eles são muito mais do que pensamos sobre eles. É preciso saber olhar para além das distorcidas projeções pessoais, desconstruindo-as. Fingir ser estrangeiro em terras familiares e amistosas. Fingir desconhecer o que tão profundamente se conhece das pessoas. Um novo olhar naturalmente surgirá rompendo a visão altiva falseada. Um novo olhar misericordioso te devolverá a si mesmo quando conseguires devolver aos outros o que lhes pertencem: o direito de ser pessoa.