Você,
talvez, saiba muito ou tudo sobre família. Você, talvez, saiba muito ou tudo
sobre amizade. Será que esse muito é suficiente para conviver de maneira plena
e sadia com os seus? Será que esse tudo é o bastante para uma agradável
presença e companhia? São perguntas fundamentais a serem feitas por alguém que
se preocupa com família e amizade. Muitas vezes, o problema passa pelo muito
saber ou conhecimento, principalmente dos pontos mais vulneráveis das pessoas
que convivemos ou que estabelecemos uma relação amistosa. Sabemos tanto que
enquadramos as pessoas nas nossas definições e preconceitos forjados e nem
sempre damos oportunidade para que elas desvelem sua essência para nós.
Conhecemos muito que arrolamos uma série de postulados e batemos nessa tecla
sem pestanejar, nos pensamentos e atitudes. Em ambas vertentes, o que salta aos
olhos é uma postura automática, desprovida de misericórdia e razão, com um
verniz racional e realista. É preciso coragem para olhar para os nossos e
detectar que eles são muito mais do que pensamos sobre eles. É preciso saber
olhar para além das distorcidas projeções pessoais, desconstruindo-as. Fingir
ser estrangeiro em terras familiares e amistosas. Fingir desconhecer o que tão
profundamente se conhece das pessoas. Um novo olhar naturalmente surgirá
rompendo a visão altiva falseada. Um novo olhar misericordioso te devolverá a
si mesmo quando conseguires devolver aos outros o que lhes pertencem: o direito
de ser pessoa.
sábado, 9 de janeiro de 2021
Sobre ser família. Sobre ser amigo.
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