terça-feira, 16 de novembro de 2010

Debulhando "A lista" de Oswaldo Montenegro

Se você fizer uma lista dos seus melhores amigos, esta lista consegue chegar à 10 pessoas? 5 pessoas? Lembre-se de quantas pessoas já passaram na tua vida, na tua existência e quantas que ficaram. Amigos de infância, amigos do bairro, amigos do colégio, amigos da faculdade, quantos restaram? Quanto ainda restará? O duro é ter que constatar o prazo de validade das relações, da amizade. A composição “A lista” de Oswaldo Montenegro tocou o meu coração. Nesta canção se desvela uma amarga verdade: nem todos os que nos prometeram amizade e amor são os que realmente ficam. Que por mais que queiramos nos cercar de verdadeiras relações e amizades, às vezes, fazemos muito pouco para preservar, cultivar uma relação. É que pessoas e relações também são sementes, flores e frutos: precisam ser cultivadas, precisam serem cuidadas. Há tantas formas de dizer que amo alguém, sem recair no calabouço do conceito. Há infinitas formas de dizer que te quero bem, sem que com isso eu possa banalizar tal ato. A intensidade de querer bem não se esgota a palavra; antes, a palavra é uma seta que aponta para esse bem. Palavra que é palavra não se encerra em si mesma; tem o dom de tocar o coração, de trazer leveza, e de transformar a terra seca em oásis. Palavra que é palavra significa bem mais do que todos os versos apaixonados poderiam dizer. Mas, ainda assim, quero a intensidade e os versos apaixonados. Escute “A Lista” e faça o exercício. Muito obrigado, Oswaldo Montenegro, por esta preciosa pérola que nos ofertaste este teu coração poeta! A boa canção agradece e o povo também.

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