Meu primeiro violão, a ti dirijo essa especial saudação! Tu que me encontraste quando eu nem mesmo sabia te manusear, tu que me aturaste com os meus titubeares, tu que presenciaste o brilho do meu olhar ao te ver pela primeira vez! Sonho de um menino, sorriso de um adolescente, o céu desceu a terra quando eu pude te tocar, mas acontece que tu me tocaste primeiro do que eu. Dedilhaste as cordas de minh’alma antes mesmo que eu te dedilhasse, teceste uma canção em meu coração, antes que qualquer melodia surgisse das entranhas do meu ser. O quanto da minha canção ainda está presa em ti para que o meu canto torne leve o caminhar. Levei-te para restaurares, mas reformaste a minha vida muito antes e só agora eu vim saber. O que seria de mim, triste vida, se não tivesse você ao meu lado para espantar a solidão, para aquecer a lareira do meu coração nos dias frios? Quando te toco, tenho a suave sensação de que tocas em mim, assim, tu ganhas um coração e eu me transformo na sua mais viva canção. Sei que minhas parcas palavras não compreendem a imensidão de tua grandeza. A tua arte me mostrou a face mais preciosa da vida, o teu horizonte me fez desbravar caminhos que trilho hoje que nem podia imaginar que um dia eu viesse a trilhar. Eu ainda sigo sem te compreender, mas o quanto que o teu compreender de mim, ainda me lança ao infinito da verdade da canção, da beleza da poesia e no altar da arte. Nasci para reverenciar esse mistério, estou imerso nesse abismo. Meu irmão violão, eu ainda não te possuo, tu é que possuis a mim!
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