quarta-feira, 27 de maio de 2020

Análise do texto de 1Pd 3, 15-18



O tema desse trecho é a confiança diante da perseguição. O versículo 13 começa com a seguinte indagação: Quem poderá fazer mal se fores constante no bem? Muitas vezes o mal nos acomete pois não somos perseverantes na prática do bem. Acabamos por permitir situações de brechas para a ação do mal em nós. Pedro, em seguida, trata que sois felizes, bem-aventurados, aqueles que bem aventuram suas vidas quando sofrerem pela justiça. Ele alerta para que não temais, pois se isso ocorrer, é sinal de um trabalho bem executado, feito com esmero. É sinal que a mensagem de Cristo está chegando a quem precisa chegar e isso nem sempre é bem visto por alguns. O apóstolo exorta adorar Cristo Jesus e que estejam sempre atentos para responder a quem indagar sobre a razão de sua esperança. Há sempre alguém que te observa, ainda que não o estejas vendo. Há sempre alguém que ao notar sua conduta e procedimento, pode querer saber um pouco mais, te perguntar o motivo de agir dessa maneira. A resposta nem sempre é simples, pois passa pela constante formação humana, espiritual, afetiva, social, psicológica. Passa pelo grau de interesse em querer saber sempre mais, de se formar sempre. De buscar leituras espirituais, culturais, sociais. O grau de interesse também passa por buscar por si mesmo e nem sempre esperar por algum estímulo externo. Isso requer maturidade e autonomia. Não é fácil explicar o mistério da fé. Há razões que só a fé pode entender. Isso não significa abdicar de continuar a buscar, aprender com o mistério. O maravilhar-se com o mistério nos impulsiona a continuar a buscar as razões de nossa esperança e comunica-las a quem quer que seja. O apóstolo fornece uma pista. Ao responder à quem te indaga sobre a razão de sua esperança, responda sempre brandamente, com mansidão e boa consciência. Responda sobre aquilo que você vive. Nem sempre acertas em tudo, mas nem sempre erras em tudo. Nesse sentido, os perseguidores ao verem a sua conduta em Cristo, ficarão confundidos. É melhor passar pelo crivo do sofrimento fazendo o bem do que fazendo o mal. O exemplo foi dado por Jesus, ao trilhar sua paixão, morrendo por nossos pecados. Um justo pelos injustos. Um inocente pelos acusados. Cristo passou pela lógica do “bode expiatório”, concepção que vem de longe, de quem alguém precisa pagar com a própria vida o mal que se acomete no mundo. Cristo é Cordeiro Expiatório que tira o pecado do mundo. Sua oferta gratuita, sua livre entrega nos indica um estilo de vida entre os homens de hoje e de sempre. Para que fôssemos reconduzidos a Deus. Todos nós, para que uma vez mortos na carne, fôssemos vivificados no Espírito.

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