segunda-feira, 28 de junho de 2010

Solidão digital

Especialistas dizem que estamos diante do século da solidão, do século da depressão. As pessoas ainda que aglutinadas, sofrem de profunda depressão e avassaladora solidão. Antigamente, as pessoas até tinham motivos para ficarem tristes, e hoje parece que não precisam de motivos. Parecem ser ‘naturalmentes’ tristes. O quanto essa excessiva utilização de orkut, msn, twitter, skipe e afins nos desviaram do encontro com os outros. Vejo isso no ambiente de trabalho: pessoas que estão ao lado, não se olham e não se chamam na realidade, mas somente via skipe e afins. Tudo em nome da praticidade e da modernidade. Vemos surgir a olhos vistos uma nova modalidade de viciados: os viciados digitais. Mas um extremo para mais sempre vem acompanhado de um extremo para menos: os analfabetos digitais. Viciados digitais: aqueles que já não vivem sem acessar seu email, orkut, etc… Analfabetos digitais: aqueles que foram excluídos, jogados à margem da cultura dos computadores, e quase sempre identificam-se com as classes mais pobres da sociedade. O mundo virtual também permitiu que as máscaras das pessoas ficassem bem mais refinada do que antes, pois quanto maior a fragilidade, mais simulada (ou dissimulada?) é sua ‘presença’ e máscara. Poli-personalidades para somente uma vida possível. Tentáculos para seduzir, malabarismos para aparentar uma miragem que se esvanece com uma simples brisa. Nem tudo que reluz é ouro, mais sei que quando a verdade brilha, quando a sinceridade vem à tona, rompe as trevas abissais das humanas dissimulações. Tudo em nome do Eu. Mas onde reina a subjetividade exacerbada, há o próprio estilhaçamento dessa subjetividade. A solidão que era digital, que era meras combinações de bits, passou a ser real e devoradora de humanos.

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