
terça-feira, 29 de novembro de 2011
A fisionomia do catolicismo no Brasil

Ganhando (ou perdendo?) a vida em São Paulo

terça-feira, 22 de novembro de 2011
A arte da escrita

Escrever, uma paixão para vida toda. Uma arte que não pode ser identificada com técnica, nem pura repetição. Não se trata de mera aproximação de palavras, a busca da rima pela rima. Antes da palavra, o silêncio. Antes do significado, o mistério. Nem preciso dizer que é preciso amar a arte da escrita. Mas não basta. É preciso estar encantado com o mistério, é preciso embriagar-se de perplexidade do não-óbvio. É saber fazer a pergunta, mas sem pressa de responder. É considerar a dúvida como uma dádiva que nos traz o elemento desconhecido, o elemento renovador que outrora ignorávamos. Entrelaçar artesanalmente caos e significado, escuro e claridade, desconhecido e revelado. No tear das palavras, vai minha humanidade, minha inquietude. Escrever é o prato favorito servido à mesa, na qual, não é preciso mostrar os ingredientes e nem o esforço aplicado na confecção, somente ter tempo para saborear no momento e ruminar para a vida inteira.
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Neo-niilismo: a face sombria moderna como carência de sentido

Foi-se o tempo que em nosso meio havia inversão de valores. Isso, que outrora acontecia, já não acontece mais. Estamos no tempo da ausência de valores. No auge do poderio do sujeito, Nietzche propunha uma transvaloração dos valores, onde os valores do sujeito deveriam ser impostos na forma de perspectivas, onde cada qual tinha a sua. O mote dessa tremenda transformação foi outra tremenda transformação: a revolução copernicana, onde o sujeito assumiu o protagonismo na constituição do conhecimento humano. O sujeito que funda a realidade conforme sua conveniência. A realidade do sujeito equivale ao seu arcabouço particular, suas expressões, desejos e projeções acerca da realidade objetiva. Contudo, o individualismo exacerbado, juntamente com o movimento da globalização se auto-traiu: despedaçou o sujeito na ânsia de sujeitar tudo a si. Como bem disse Bento XVI, a globalização nos avizinhou, mas não nos tornou irmãos. Ora, a globalização e o individualismo são produtos da modernidade, que também viabilizou o horror dos campos de concentração, quando essa mesma modernidade é instrumentalizada pelos megalomaníacos. Essa conjuntura nos leva a um cenário de neo-niilismo, com a morte do sujeito que se declarou centro e senhor da realidade e do conhecimento e ruiu no extremismo do eu. O indivíduo, desfigurado de sua subjetividade, se viu arremessado a um conglomerado humano que não faz questão nenhuma de pensar, são inertes, sem esboçar qualquer poder de reação. Em resumo: os valores humanos foram transvalorados em valores individuais, que hoje se tornaram pó da estrada. Efeito: o homem hodierno sofre da ausência de sentido e se tornou presa fácil da efemeridade do relativo, onde o único sentido é não ter sentido.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Poema ao pé da tarde

Não sei porque insisto em escrever
Deve ser porque a vida queira viver
Segurei por tanto tempo a palavra
E a vida eu não posso segurar, minh’alma
A vida abarca o som e o silêncio
Como a eternidade, a pausa e o tempo.
Preciso de uma gota desse mel
Mergulhado no deserto desse fel
Posso até forçar o que escrevo
Mas não disfarço o meu medo
Acordo já esperando pela tarde
É a noite que anseio, na verdade.
Deus eternize quem inventou a poesia
E me traga os versos que distribuem a vida
Não me faça desistir quando me der por vencido
Mas me transforme em um soldado destemido
Sou um cruzado que não vale nem meio real
Sua amizade e seu amor irão me justificar no final.
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