Escrever, uma paixão para vida toda. Uma arte que não pode ser identificada com técnica, nem pura repetição. Não se trata de mera aproximação de palavras, a busca da rima pela rima. Antes da palavra, o silêncio. Antes do significado, o mistério. Nem preciso dizer que é preciso amar a arte da escrita. Mas não basta. É preciso estar encantado com o mistério, é preciso embriagar-se de perplexidade do não-óbvio. É saber fazer a pergunta, mas sem pressa de responder. É considerar a dúvida como uma dádiva que nos traz o elemento desconhecido, o elemento renovador que outrora ignorávamos. Entrelaçar artesanalmente caos e significado, escuro e claridade, desconhecido e revelado. No tear das palavras, vai minha humanidade, minha inquietude. Escrever é o prato favorito servido à mesa, na qual, não é preciso mostrar os ingredientes e nem o esforço aplicado na confecção, somente ter tempo para saborear no momento e ruminar para a vida inteira.
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