segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Sombras nos tempos novos do cenário político

Assistindo ao primeiro debate do segundo turno, em 10-10-10, pude perceber que teremos quatro anos tenebrosos, se qualquer um dos candidatos alcançar a vitória. A verdade e que a maior parte da nação não se atentou que ambos os partidos, PSDB e PT, já ficaram no poder durante oito anos. Não há renovação de propostas para novos tempos que estamos vivendo. Exemplo de propostas que não poderiam ter ficado de fora na plataforma de governo dos partidos: Infraestrutura para o capital humano, Ampliação do ensino superior e da produção de ciência, Economia sustentável, Reduzir o nível de endividamento do setor público, Gestão estratégica dos recursos naturais não renováveis. Uma mesmice que faz beirar à perplexidade. Somente há ataques estratégicos e orquestrados de ambos os lados, explorando as vulnerabilidades. Para além de saber que isso “faz parte” do debate político, o que ganhamos com isso? Uma tremenda dor de cabeça. O que perdemos? A paciência e até mesmo um pouco da esperança, de que tudo poderia ser diferente. Parando para me questionar sobre a mediocridade dos candidatos, questionei a minha cidadania, questionei a nossa atitude de achar que a nossa participação se encerra nas urnas. A questão política não se resume apenas em um assunto isolado, como se ele fosse a salvação de todos os outros. Há cidadãos que defendam com unhas e dentes a não descriminalização do aborto, mas esquece que a vida deve ser defendida em todas as frentes e vertentes, desde a concepção, e toda a integralidade do desenvolvimento humano. Não adianta defender a vida, se não me atento aos desdobramentos da mesma, que exigem o seu cuidado: educação, transporte, saúde, etc... A questão política é muito complexa e abrangente do que nós pensamos. Abarca todas as dimensões humanas. Está na hora de pensar além-limites das estruturas partidárias vigentes. Há muita visão provinciana e romântica com relação ao PSDB e ao PT, tanto para o que deixaram de bom, quanto para aquilo que não foi tão proveitoso para a população brasileira. Os próprios políticos não possuem uma visão desenvolvimentista do legado que encontra: precisa desfazer e destruir tudo o que foi construído na gestão anterior, com justificação sofística de que não é útil para a população brasileira. Sua afirmação e segurança parece residir no apagar rastros da administração anterior. Urge uma formação política, tanto para candidatos, quanto para eleitores, que privilegie o desenvolvimento humano, em sua totalidade, a todo homem e ao homem todo. Não vou te apontar nenhum candidato, mas espero que a sua consciência e reflexão crítica, bem como sua memória, estejam bem apuradas para fazer uma boa escolha. Que não tenhamos visões infantis de que partido A ou B será o salvador da pátria, ou que candidato X ou Y erradique todos os problemas.

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