Compaixão vem da palavra latina compatire. Podemos dizer, de maneira geral, que compaixão é um sentir com o outro, ou seja, olhar a miséria e a desventura alheia, reconhecendo também sua condição frágil, e colocar-se no lugar do outro. A partir do momento que isso ocorre, o que era alheio se transforma em próximo. O que não tinha nada a ver com a minha vida, acaba se tornando fundamental. É um afeto que se aproxima da carência do próximo. Uma coisa é o sentir e outra coisa é o mover-se em direção. O sentir é "affectus' e o mover-se em direção é "motus". Compaixão é a consonância entre amor (affectus) e vontade (motus). Compaixão sem amor recai em um assistencialismo superficial e sem sentido. Compaixão sem vontade recai em uma alienação estéril, um impulso que não tem a capacidade de se materializar. Em outras palavras, compaixão é mais do que sentimento, vontade e obras isoladas. É reconhecer a desgraça de alguém com as seguintes indagações: "e se fosse eu que estivesse nessa situação ?", "o que faria se aquele que sofre fosse eu, e o que tivesse a possibilidade de ajudar fosse a pessoa que sofre ?" O colocar-se no lugar se conecta no contexto do reconhecimento da finitude humana. Hoje é ele e amanhã poderá ser eu. Ninguém é tão virtuoso que possa dispensar a compaixão. Ninguém é tão miserável que não possa ser compassivo. Por isso que a compaixão é fortaleza na medida em que há a possibilidade de se reconhecer a carência e miséria humana e há um movimento desprendido e gratuito em direção ao outro com a finalidade de transmitir o bem. Contudo ninguém pode dar aquilo que não recebe. O anúncio (kerigma) do evangelho não é um sistema de idéias, uma filosofia, mas um amor vivo, atraente e sedutor, experimentado em uma pessoa: Cristo Jesus, Verbo de Deus. Ele é o amor encarnado, a compaixão revelada e a justiça ensinada. Ele é o divisor de águas entre uma ideologia que preconizava a vingança e a mentalidade de fazer o bem sem olhar a quem. É do Verbo de Deus que recebemos a medida da compaixão sem medidas.
Apreciei o teu texto, pois fala do amor ágape que é o mais forte e belo amor que pode existir, um amor sem trocas, amor solidario.
ResponderExcluirUm abraço
Rosangela
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