domingo, 2 de janeiro de 2011

Memórias de um office-boy

02 de Janeiro de 2001. Há exatamente 10 anos atrás comecei a trabalhar como qualquer garoto de 18 anos que se preze. Comecei como Auxiliar Administrativo - Office-boy no Banco Nossa Caixa. Não tinha experiência em nada, estava apenas começando. Não sabia nem ao menos mexer no fax. Disse que tinha experiência administrativa, mas no fundo não tinha. Fiz de tudo. Reguei as plantas das gerentes de tecnologia. Paguei contas de gerentes e analistas. Até cheque na cueca. Explico-me. Uma gerente me pediu para fazer um depósito de uma quantia bem elevada e me passou um cheque. Pensei: o lugar mais seguro era a cueca e assim foi feito. Fiz serviços de office-boy pelo centro de São Paulo. Fazia rápido o que era para ser feito e depois passeava jogava fliperama me divertia. Aquele ano de 2001 foi intenso de aprendizado com a vida com as pessoas e com as broncas da minha chefa. Os anos se passaram. Naquela época já cantava e tocava violão. Formei-me em Sistemas de Informação. Formei-me em Filosofia. Amores foram. Amores vieram. Amores voltaram. Tornei-me analista de sistemas. Passei por algumas empresas. Quase entrei no seminário católico dehoniano por duas vezes. No momento da decisão pedi as luzes de Deus e decidi não entrar. Foi uma das maiores experiências do amor de Deus que eu pude ter na minha vida. Há exatamente 10 anos estou trabalhando buscando ser melhor profissional e também um melhor humano. Trabalhando e percebendo as pessoas no ambiente de trabalho. Tudo aquilo que não volta à origem padece. Quase sempre me pego a buscar o office-boy neste analista de sistemas. Harmonizar a simplicidade com a nobreza de pensamento. Foi aí que descobri a Filosofia. Confesso que ainda estou descobrindo a vida e tomara que eu tenha muito mais de 10 anos passados para contar o que vivi. Sou office-boy da vida, vou pelas ruas, construo sistemas, reparo defeitos para ao final da tarde, abstrair a realidade, ao som de uma viola caipira.

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