sábado, 17 de dezembro de 2011
Sabedoria artesanal em retalhos de finitude
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Natal como renovação da potencialidade humana
terça-feira, 29 de novembro de 2011
A fisionomia do catolicismo no Brasil
Ganhando (ou perdendo?) a vida em São Paulo
terça-feira, 22 de novembro de 2011
A arte da escrita
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Neo-niilismo: a face sombria moderna como carência de sentido
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Poema ao pé da tarde
Não sei porque insisto em escrever
Deve ser porque a vida queira viver
Segurei por tanto tempo a palavra
E a vida eu não posso segurar, minh’alma
A vida abarca o som e o silêncio
Como a eternidade, a pausa e o tempo.
Preciso de uma gota desse mel
Mergulhado no deserto desse fel
Posso até forçar o que escrevo
Mas não disfarço o meu medo
Acordo já esperando pela tarde
É a noite que anseio, na verdade.
Deus eternize quem inventou a poesia
E me traga os versos que distribuem a vida
Não me faça desistir quando me der por vencido
Mas me transforme em um soldado destemido
Sou um cruzado que não vale nem meio real
Sua amizade e seu amor irão me justificar no final.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Da não-palavra à palavra: a labuta do caminho de volta
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Esses inexperientes: pai e filho
Pai, tantas lembranças eu tenho de ti, se eu começar a contar, não haverá mais espaço nas folhas de todos os livros que possa haver no mundo. Me lembro das suas brincadeiras, das suas histórias, do sei jeito de me fazer feliz. Me lembro daquele dia, caminhando na rua da praia, eu dizia que queria desistir de tudo, desistir da vida, e você me disse, não, não desista, eu estou com você, vamos juntos procurar uma saída. Me lembro de todas as vezes que me orientava, e como um erudito da vida, me dava aulas sobre a arte de viver, coisas que não aprendi nos livros acadêmicos, mas de você. Me lembro que todas as noites me levava para dormir e rezava junto comigo a oração do Anjo da guarda e um pai nosso. Diante de ti, não sou nada mais do que um menino que hoje quer deitar em seu colo e sentir-se amado. Diante de ti, não sei esconder nada. Somos eternos inexperientes na lida de ser pai e ser filho. Cada momento é um novo aprendizado, uma escola com portas abertas para aprender. Quero viver ainda muito tempo ao teu lado, bebendo da tua sabedoria, tua história de vida, como nos velhos tempos. Renovo o meu amor que tantas vezes eu te jurei. Te amo, te amarei, sei que nessa vida, não terei melhor amigo que você. Deus o abençoe e o conserve. Do seu menino, Ricardo.
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Realização humana, sucesso e dinheiro: essas variáveis cabem na equação de ser feliz ?
Muitos buscam em uma profissão somente o dinheiro. Fazem graduações, pós-graduações, especializações, MBA e etc … Sustentam inúmeros títulos e orgulham-se por eles. Mas o orgulho não acompanha uma realização humana e pessoal, mas no caso, é sucedida por um grande vazio. Não raro possuem grande fonte de renda e pouquíssima realização humana. Muitos procuram em suas carreiras somente o sucesso, o status. São pessoas que colocaram sua vida em seus contatos, conchavos para obterem êxito em suas escolhas. Não medem esforços para estarem nos patamares mais elevados, gostam de serem notados, mesmo que seja preciso prejudicar seu companheiro de trabalho. Mas o tempo e as circunstâncias lhes revelam que o sucesso por si não é sustentável, se não houver uma realização humana que o acompanhe. Muitos procuram somente a realização humana, e pensam que serão realizados sem nenhum sacrifício, abnegações e renúncias. Vivem desconexos da realidade, não assumem responsabilidades, e quando se deparam com grandes desafios, fogem dessas situações. Os casos elencados aqui são exemplos de excessos. Fomos educados a procurar uma profissão por aquilo que ela aparenta, sucesso, dinheiro, uma vida cômoda e tranqüila, mas não por um sucesso ancorado em uma realização humana, fruto de uma madura reflexão de escolher estar no lugar certo, na hora certa e ser a pessoa certa. Penso que por trás desse processo que vivemos, há uma profunda distorção do conceito de trabalho. A instrumentalização maciça em todas as instâncias que envolvem o trabalho acarretou a dissociação entre realização humana, sucesso e dinheiro. Ora, e o que é trabalho ? É basicamente um serviço. Serviço que lembra o verbo servir. Servir que nos remete a uma relação dialógica entre aquele quem serve e aquele que é servido. Uma relação de quem algo a oferecer para quem precisa desse algo. Por aqui já dá para ter uma idéia de como as organizações se estruturaram a partir da necessidade, da carência. Por trás da massificação dos meios de produção ( que trouxeram inúmeros benefícios a humanidade, inegavelmente !), há o desejo antiqüíssimo de dominação, de poder, de manutenção de uma dependência. É por aqui que o trabalho-serviço se transforma em trabalho-dominação. Quem serve, se considerou maior e melhor do que aquele que é servido. Começou a pensar as estruturas a partir de seu desejo de dominação, aumentando os meios de produção e diminuindo os recursos humanos, visando a máxima otimização dos processos, bem como o lucro. A mão-de-obra, foi, é, e está passiva, pois sobre ela pesa o medo de perder o seu posto de trabalho. De certa forma, corrobora a consolidação desse ciclo vicioso. Essa é a história, a grosso modo, na qual desvinculou realização humana, sucesso e dinheiro. Não é minha pretensão dar nenhuma formula mágica, mirabolante, sinceramente, não tenho. Mas o que posso fazer é gerar reflexões, provocações, pensamentos que possam ocasionar transformações a partir de você. O agente de mudança é cada um de nós, e essa história pode continuar ou terminar dependendo de você. Comece a pensar o que realmente te motiva a levantar da cama, nas madrugadas / manhãs de segunda-feira. Não é por acaso que as segundas-feiras são tão demonizadas por nos … !
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Encarnação em Gabriel Marcel
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Intersubjetividade em Gabriel Marcel
A Filosofia da existência emergiu a partir de dois contextos completamente antagônicos e reinantes da época: a metafísica, marcada por seu alto nível de abstração, e a objetivação, marcada por seu alto nível de experimentos e comprovações empíricas. Enquanto a metafísica se ocupava de temas como Deus, verdade, bondade, a objetivação se ocupava com métodos científicos e experimentais. Não havia espaço para falar sobre as relações, sobre o outro. Gostaria de tratar sobre Gabriel Marcel, pouco mencionado nos estudos filosóficos. Gabriel Marcel viveu a desolação da Primeira Guerra Mundial e percebeu que: “Apontou um ser de dores e alegrias, descobrimentos e decepções, não podendo mais se contentar com as formas abstratas, que até então o satisfaziam. Pois, essa época traz a experiência profunda do mim mesmo.”[1] Uma crítica direta e clara à tradição metafísica ocidental que preconizava as formas abstratas, que tem como legítimos representantes filósofos gregos como Sócrates, Platão, Aristóteles, filósofos do medievo como Agostinho e Tomás de Aquino. Marcel sente a necessidade de falar sobre a interioridade, sobre o ser e a subjetividade. O que está em jogo aqui é o questionamento sobre o ser. Seria o ser relacionado com o eu ? Ele responde: “...viemos depois de outros, dos quais temos recebido muito (...), e que, em relação a outros seres, também viemos antes”[2] Marcel constata que o ser em um primeiro momento não se relaciona com o eu, mas com o outro. Muitos já vieram antes de mim, muitos já contribuíram com tantas coisas bem antes de mim. Existe um antes e depois de mim. Isto indica que não sou absoluto nesta relação. Não indica que eu sou melhor e nem pior. Indica um antes e um depois. Hoje recebo e amanhã cederei. Esboça-se o conceito de alteridade. Para Marcel: , “... na medida em que, pela minha própria experiência, me elevar a uma percepção verdadeiramente concreta, estarei em condições de ascender a uma compreensão afetiva do outro, da experiência do outro.” A corrente metafísica está sendo o alvo da crítica de Marcel novamente. Pela visão metafísica, o ponto de partida é o imaterial para o material. Marcel propõe o contrário: do material para o imaterial. Submerso plenamente pela experiência sensível, posso me elevar na perspectiva do outro. Mas se o ser, em um primeiro momento, se relaciona com o outro, qual é o espaço para a subjetividade? O filósofo responde: “Não me preocupo pelo ser, senão na medida em que tomo consciência, mais ou menos distinta, da unidade subjacente que me une a outros seres, cuja realidade presencio.” O papel da subjetividade se clareia, na medida tomo consciência do outro. Logo, estou diante de uma subjetividade na perspectiva de alguém. Mais: não somente uma subjetividade, mas uma intersubjetividade, já que descubro o eu na relação com o outro. Percebo também que há tanta fragilidade do lado de lá, quanto do lado de cá. Isto implica que sou um ser em trânsito, um ser em relação, que descobre seu eu na relação com o outro. Como não notar as premissas de participação e envolvimento embutidos nesses argumentos ? Com a palavra, Marcel: “Participar significa simplesmente receber uma parte, um fragmento de um todo dado. Por isso, é impossível participar com todo nosso ser numa empresa, ou numa aventura, sem experimentar, em certa medida, o sentimento de ser arrastado; e esta, sem dúvida, é a condição indispensável que permite ao homem resistir a uma fadiga em que sucumbiria se estivesse só.” [3]
[1] MARCEL, Gabriel. El Mistério del Ser. Buenos Aires, Ed. Sudamericana, 1953, p.202
[2] MARCEL, Gabriel. El Mistério del Ser. Buenos Aires, Ed. Sudamericana, 1953, p.204
[3] MARCEL, Gabriel. El Mistério del Ser. Buenos Aires, Ed. Sudamericana, 1953, p.115-116
segunda-feira, 14 de março de 2011
Confissões de um neto carente de um colo de baba
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Compaixão é fortaleza
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
Paulo e a vaidade da santidade
São Paulo: Tradição e inovação
Prece de um aniversariante
Senhor
Eu que atravesso o limiar de mais um ano
Tento te falar com meus versos provincianos
Pois se há alguma luz em mim
É essa luz que vem de Ti!
Senhor
Eu que sou pequeno e tão mendicante
Eu não quero caminhar errante
Sou aquele menino carente
Que precisa de um colo - um confidente.
Abraça-me a vida
Envolve-me o tempo
Aumenta-me os medos
Mas estou seguro em Seu coração.
Mais do que consciente
Que sou a verdade do seu querer
E se queres - o que eu poderei temer
Se me acompanhas neste chão.
Obrigado por seres quem Tu És!
Obrigado por me mostrar quem eu sou
É por que vais na frente - que na vida eu vou!
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Disciplina é liberdade
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
A brevidade da vida em Sêneca
[2] Lucas 12, 15- 29 - http://ie6.bibliaonline.com.br/acf+acf/lc/12
[3] Sêneca, L. A. Cartas a Lucilio. carta 16, 3. p. 55.
domingo, 16 de janeiro de 2011
A condição humana da efemeridade
Tendo sido abalado por um pensamento adverso.
Efêmeros: o que é alguém? O que não é?
O homem é o sonho de uma sombra.
Mas quando o brilho dado por Zeus retorna,
Uma luz brilhante repousa sobre os homens
E a eternidade é suave.”